O Movimento de Mobilidade Urbana e representantes de Terreiros de Lauro de Freitas estiveram em audiência, na última terça feira (11), com a promotora Lívia Sant’Anna Vaz, na sede do Ministério Público, em Nazaré, para denunciar a retirada dos ônibus metropolitanos, intermunicipais, que, em seus trajetos, incluía a região da Feira de São Joaquim.
O movimento social alega que o direito de ir e vir foi cerceado para atender interesses da CCR, empresa que administra o Metro. Os reclamantes afirmam que o sistema de integração dificultou a vida de quem pratica a religião de matriz africana na região metropolitana, principalmente no que tange ao transporte dos utensílios comprados na feira, pois não é permitido transportá-los no metrô.
Foram canceladas cerca de 10 linhas de ônibus, todas elas atendiam a demanda específica desse seguimento social; Areia Branca, Itinga, Portão, Vida Nova, Abrantes, Arembepe, Vilas de Abrantes, Lauro de Freitas, todas essas, via Feira de São Joaquim.
Há reclamação também, dos usurários que precisam do atendimento médico oferecidos pelo Hospitais Irma Dulce, da Mulher e Sagrada Família, a viagem que antes era feito apenas por um único ônibus, agora é realizada por um ônibus, metro e ônibus, o que para os usuários é um incômodo.
O representante da Rede Orooni, presente na reunião, se mostrou preocupado coma situação. Ele chamou a atenção para as interferências, no cotidiano das comunidades terreiros, causadas pelo cancelamento das linhas.
“Ficou mais caro para as comunidades. O custo de um carro particular para levar os produtos comprados na Feira de São Joaquim, para Areia Branca, por exemplo, é de R$ 100,00. O mesmo transporte era feito pelos ônibus a R$ 4,00 reis… a própria dinâmica dos terreiros também foi alterada. As agendas e o horários dos ritos litúrgicos precisaram ser alterados por conta dessa mudança no transporte. Isso é perigoso, pois estamos falando de tradições milenares. O metrô é um avanço e uma conquista dos baianos, mas as especificidades precisam está na mesa na hora das arrumações”. Afirmou
A promotora Lívia acionou a AGERBA, SEDUR e a SEPROMI, para uma reunião conjunta, afim de buscar solução para a demanda reivindicadas pelas comunidades de terreiros.
Por: Ricardo Andrade