Num momento que o racismo, o fascismo e as ideologias de extrema direita avançam pelo mundo, a luta pela garantida dos direitos humanos se faz cada vez mais necessária e a organização popular é fundamental nessa conjuntura.
Num momento em que o patrimônio de alguns é mais importante que a vida de outros e que a morte é uma estratégia oficial para alcançar os objetivos de uma política de segurança equivocada, é preciso criar um organismo de proteção das comunidades, das pessoas simples, dos negros e negras mais vulneráveis as diversas violências existentes. É preciso um órgão que cobre o atendimento digno nos postos de saúde e hospitais, que cobre o remédio gratuito na farmácia do posto, que cobre mais agilidade da central de regulação e melhorias no ensino e na merenda escolar. É preciso compor uma rede de articulações e contatos que transponha os limites territoriais e tenha suporte internacional.
É nesse contexto que líderes comunitários de Itinga, Portão, Areia Branca, Caji, Vida Nova, Vila Praiana, Chafariz, Lagoa dos Patos e Jambeiro estão debatendo a criação do Conselho Municipal de Direitos Humanos em Lauro de Freitas. Um conselho onde o ser humano seja visto com a amplitude de sua humanidade, que seja sujeito às leis, mas sem nunca negar a dignidade seja a quem for.
Precisamos de um órgão de Direitos Humanos que não compreenda como legal a extensão da pena de um individuo aos seus familiares. Que não veja como natural mães e parentes serem esculachados e humilhados por conta da ilicitude de seus entes.
Precisamos nos abraçar, fazer fluir e nos contaminarmos do sentimento de união e de cuidado uns dos outros. Precisamos estar unidos e prontos pra exigir nossos direitos básicos. Queremos e temos o direito de continuar vivos e vivas.
Da redação