Lideranças e autoridades religiosas de terreiros de candomblé de Lauro de Freitas se reuniram no último sábado (14), para debater a agenda política da cidade e pautar estratégias para estabelecer um novo modelo de relação política entre as comunidades religiosas e o poder público local.
A reunião convocada por André Siqueira, Taata Zaragosí, aconteceu no Ilê Axé Ewa Olodumare, no Capiarara, casa comandada pela Iyalorixá Márcia D’Ogun e contou com a presença de cerca de trinta lideranças religiosas e representantes de movimentos sociais que atuam no campo da defesa, manutenção e desenvolvimento das comunidades de matriz africana.
Após realizarem uma análise de conjuntura acerca das relações sócio-políticas e identificar as frágeis relações unilaterais estabelecidas e os riscos futuros que se apresentam à pratica da fé africana, tanto no abito municipal, quanto estadual e federal, os participantes entenderam que é TEMPO de mudanças na condução desse processo.
Taata Zaragosí, que é diretor da FENACAB, membro do Coletivo Mesa de Ogans, presidente da ONG Equilíbrio Social e parceiro da Rede Orooni disse que os casos de intolerância e ódio religioso crescem a cada dia e que somados ao racismo institucional trazem prejuízos sem precedentes às comunidades terreiros.
“Não podemos conceber uma política onde a prefeita do município se reúne, num evento festivo, apenas uma vez no ano com o povo de santo e por outro lado tem agenda semanal com outros seguimentos religiosos… isso está errado. Somos mais de 400 terreiros nessa cidade e isso tem que ser respeitado”. Afirmou.
Zará explicou ainda que esse foi o primeiro encontro de bairro do povo de santo e que outra comunidades estão se organizando, para também fazer o debate sobre o cenário político e o povo de santo. O próximo encontro está programado para o mês de outubro no bairro de portão
Por: Ricardo Andrade