Na tarde desta terça feira (26), moradores do Residencial Quinta Glória em Itinga fizeram um dramático protesto na Estrada Coco, principal via de acesso da cidade.
Algumas dezenas de jovens, mulheres e crianças decidiram transformar o luto em luta. Carregando um caixão e cartazes com palavras de ordem, o grupo andou por cerca de 1 quilometro na via chamando a atenção e pedindo providencias para barrar a ação violenta da polícia nas comunidades.
O ato de protesto foi uma resposta da comunidade à morte violenta do jovem Alexandre Primo de 24 anos, morto no domingo durante operação da PM na comunidade. Motoristas e transeuntes ficaram impactados com a força e o simbolismo do ato. Pessoas se arrepiaram nos pontos de ônibus, outras choraram durante a passagem do protesto.
“Não vamos aceitar mais a polícia destruir vidas em nossas comunidades. Vamos fazer disso uma pratica. Todas as mortes serão trazidas para a Estrada do Côco, a cidade tem que saber que está sagrando em suas entranhas”. Afirmou Daniel Chagas, diretor do Movimento Comunitário (MCOM).
A política de segurança adotada pelo governador Rui Costa tem sofrido críticas dos movimentos socais de esquerda e pelo Movimento Negro por ser muito similar a apresentada por Bolsonaro e Moro. “É uma política racista, fascista”… Afirmou Iago do movimento Estudantil.
“O Governador deveria se envergonhar de atos como esse, mas talvez falte nobreza para admitir… Um homem que afirma ter sido forjado pelo movimento social não deveria ter perdido o rumo como ele perdeu… Ele (o governador), escolheu um lado que não é o lado das comunidades pobres. Mais a justiça de Deus e dos Orixás não há de passar” Afirmou Ramira Santos, líder comunitária e militante do movimento por moradia.
O corpo de Alexandre Primo foi enterrado as 14 horas no cemitério de Portão. A comunidade estuda estratégias para se defender do Estado. Uma comissão de moradores vai à Assembléia Legislativa pedir a abertura de uma CPI para investigar os assassinatos cometidos pela PM nas comunidades de Lauro de Freitas.
Por: Ricardo Andrade