Entrevista com Jones Carvalho, candidato da chapa ‘PT Unido e Forte’, campo composto pela Reencantar
O Jornal Folha Vermelha, em parceria com o Folha Popular traz, em primeira mão, o resumo das entrevistas realizadas com os candidatos(as) a presidência do PT de Lauro de Freitas.
Veja, nessa edição, as respostas do candidato Jones Carvalho, da chapa “PT Unido e Forte”, campo composto pela Reencantar.
Folha – Folha Vermelha e o Jornal Folha Popular querem saber qual a importância do Processo de Eleições Diretas do PT – PED. Nos conte como você acredita que isto pode ajudar na política partidária.
Jones – O PT é um partido surgido dos movimentos sociais, das lutas populares, com um profundo compromisso democrático. O PED é o momento em que os militantes definem a linha política e a direção que irá conduzir o partido, na conjuntura que se apresenta. É, portanto, muito importante, garantindo o caráter democrático e popular.
Folha – O que fez sua candidatura se consolidar? Quais suas bandeiras?
Jones – Minha candidatura surgiu a partir de alguns companheiros que entenderam, que a experiência política, aliada à capacidade de aglutinar; à firmeza ideológica e a defesa do caráter democrático do partido, seriam fundamentais para dirigir, o mesmo, nesse momento difícil da vida nacional.
Essa discussão foi aprofundada e levada ao partido. Defendemos que a direção, partidária, deve ser colegiada, democrática e ligada às lutas populares. Caberá à nova direção, trabalhar pela reeleição de Moema e a ampliação de vereadores eleitos nas próximas eleições. Caberá, ainda, à mesma, conduzir o partido contra as medidas e ações do governo Bolsonaro.
Folha – No dia 08 de outubro, dia das eleições, o que pode mudar na política petista?
Jones – Muda a direção, será aprovada uma nova formulação política que definirá as ações do PT, nos próximos anos. O partido irá ser fortalecido com uma nova direção e novas resoluções, ele sempre se fortalece nesses momentos.
Folha – O PT da cidade teve um presidente vereador, agora apresenta candidaturas com outros perfis, quais as suas características e experiências que poderão ajudar o PT?
Jones – Tenho 52 anos de militância política, já que em 1967 comecei a militar numa organização clandestina que lutava contra a ditadura. Fui militante sindical nos metalúrgicos de Conagem e petroquímicos em Camaçari; trabalhei no Legislativo, no mandato do então deputado federal, Jaques Wagner, trabalhei nas prefeituras de Alagoinhas e Camaçari onde, além de outras atividades, coordenei o Orçamento Participativo; Trabalhei no Governo Federal, nos primeiros anos do governo Lula e no estadual, por 8 anos, no cargo de Ouvidor Geral do Estado, do governo Wagner; exerci o cargo de Superintendente Geral na FLEM, no primeiro governo Rui; fui presidente municipal do PT de Camaçari; participei da executiva estadual do PT Bahia e da direção nacional do PT, além de membro do coletivo nacional de formação do PT, atividade a qual me dedico, desde o movimento sindical. Tenho, portanto, experiência partidária e administrativa nos 3 níveis, municipal, estadual e federal, assim como militância em movimentos sociais e políticos há mais de 52 anos. Sem dúvida, a experiência pessoal, aliada à direção colegiada, com a força da militância e a parceria com nossa prefeita, nos dará condições de fortalecer o PT em nosso município.
Atualmente estou à frente da Superintendência de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos na SJDHDS.
Folha – A cidade vive um momento de surgimento de muitas pré-candidaturas, o que a chapa deve preparar para 2020?
Jones – As diversas candidaturas assim como as 3 chapas, propiciarão bons debates, se conseguirmos manter um bom nível de disputa, como devem ser todas, entre companheiros. Ao contrário, se o nível da disputa for desleal, servirá apenas aos adversários.
A preparação de 2020 não será de uma chapa, mas da nova direção que sair do PED.
Folha – Todo mundo já comenta o processo de candidatura da prefeita Moema Gramacho, o PT avalia como, o governo? Os partidos aliados devem esperar que o novo ou nova presidente, queira mudar a política de alianças?
Jones – Nossa avaliação é que, apesar da crise econômica e das perseguições do governo Bolsonaro, Moema tem conseguido fazer bastante coisas em nosso município. Aprovamos e temos orgulho do nosso governo e da nossa prefeita.
Em relação à política de alianças e a estratégia para as eleições de 2020, serão definidas pelas instâncias partidárias e não pela presidência do partido.
Folha – O PT perdeu nacionalmente uma importante eleição, quais os impactos que os filiados estão sentindo?
Jones – O governo Bolsonaro se elegeu com uma campanha de fakenews e incentivando à violência, não apresentou um programa de governo. Entretanto, tem feito uma pauta conservadora, de ultradireita. Tem feito sucessivas retiradas de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, dos movimentos sociais e do povo em geral. Nosso sentimento é de total oposição.
Folha – E o governo Bolsonaro? Devemos acreditar num Impeachment? Os petistas sairão às ruas para derrubar Bolsonaro?
Jones – Tendo sido eleito com mentiras e com a retirada da candidatura de Lula, por um processo judicial vergonhoso, eivado de ilegalidades, tal governo é ilegítimo e devemos combatê-lo e enfrentá-lo pelo bem do nosso povo, do nosso país. Estaremos nas ruas pelo Impeachment e por Lula livre.
Jones – Qual ou quais os equívocos da atual direção partidária, que não serão cometidos, caso sua candidatura saia vitoriosa?
Jones – Não vejo equívocos, vejo dificuldades que precisam ser enfrentadas. Entendo que a melhor forma de enfrentar as dificuldades, é constituir uma direção colegiada e solidária.
Por: Ricardo Andrade