Em reunião ordinária realizada no último dia (04/09) no Terminal Turístico Mãe Mirinha de Portão, o Conselho Municipal de Cultura (CMC), decidiu suspender a análise e votação dos projetos culturais que chegam a SECULT. O motivo seria a falta de transparência na movimentação do Fundo Municipal de Cultura (FMC). Segundo conselheiros, há tempos o governo vem negando informações acerca do saldo existente e do montante que é repassado a cada mês. Por várias vezes o Conselho solicitou planilha detalhada dos pagamentos provenientes do fundo assim como o extrato da conta.
O superintendente da Secretaria da Fazenda Municipal, foi convidado e esteve na reunião do Conselho no mês de agosto, mas não conseguiu sanar todas as dúvidas e questionamentos dos Conselheiros e o impasse continuou.
A reivindicação do Conselho é antiga e vem causando desgastes na relação com o governo. O presidente, Alcides Carvalho afirma que não abrirá mão de informação que são garantidas por lei. “O governo tem que dizer quanto tem e quanto entra de recurso no fundo de Cultura todos os meses. Se essa dificuldade persistir, iremos ao Ministério Público, estou fazendo o meu papel”.
O auge da crise se instalou após a SECULT determinar o adiamento de atividades culturais que já haviam sido aprovadas pelo pleno, a exemplo do Concurso Estrelas que Dançan. Representantes da SECULT no Conselho informaram da impossibilidade financeira para realização dos projetos. “O país inteiro está passando por dificuldades e não há dinheiro em caixa para realizar esses projetos agora, eles precisaram ser adiados”.
O Jornal Folha Popular ouviu alguns Conselheiros e o posicionamento é quase que unanime. “Não há falta de compreensão quanto as dificuldades financeiras que o país e o município está passando. Sofremos isso também em nossas casas. O que não admitimos é essa obscuridade nas informações. Se tivermos consciência de que só a mil reais no Fundo de Cultura é óbvio que não aprovaremos um projeto de 1.200,00. O problema é que o governo retém as informações, depois diz que não tem dinheiro e nós ficamos desmoralizados frente a sociedade”. Afirma o Conselheiro Josy Black.
A decisão do CMC atinge diretamente 15 projetos que estão na fila para ser votados.
Por: Ricardo Andrade