A comunidade do Quinta da Glória, Lauro de Freiras, está preocupada com os diversos casos de suspeita de tuberculose, registrados naquela localidade, desde o início do ano. Segundo moradores já houve duas mortes por causa da doença na rua da Jaqueira.
Ainda segundo moradores da segunda etapa, área com maior número de possíveis infectados, a infestação começou após retorno de um jovem, egresso do sistema prisional, que apresentava os sintomas da doença. Ele foi levado ao hospital Couto Maia, mas liberado em seguida sem finalizar o tratamento adequado.
Um outro jovem de nome Nilton, também morador da segunda etapa, foi internado ontem no hospital Octavio Mangabeira na capital, com suspeita da doença.
Há relatos também de um jovem que perambula e que vive de forma indigna, nos corredores dos blocos. Fontes relatam que ele precisa urgentemente de cuidados médicos. “Está muito magro, tosse e escarra a todo tempo, pode morrer a qualquer momento”. Afirma uma moradora.
O quadro social é bastante atípico no Residencial Quinta da Glória, falta assistência social, médica e fiscalização dos órgãos de vigilância sanitária e epidemiológica. Lauro de Freitas é o terceiro município em número de casos de tuberculose no estado. Eliete Santos, moradora da terceira etapa afirma que se as autoridades não tomarem providencias algo muito pior pode acontecer ali.
Conversamos com a Dra. Margarida Déa, responsável pela Coordenação de Vigilância Epidemiológica que afirmou antes de tudo que não há epidemia no Quinta da Glória. Segundo ela, todas as pessoas que apresentam a doença e vão até a unidade de saúde são registradas e recebem apoio para o tratamento.
“Posso garantir que não faltam medicamentos nem estruturas para o tratamento da tuberculose em Lauro de Freitas, contudo é importante salientar a dificuldade que algumas pessoas têm de terminar o tratamento, há muita resistência. Elas abandonam”. Revelou.
As condições sociais estão diretamente ligadas ao aumento do número de infectados. Podemos perceber ao longo da construção dessa matéria que na maioria das famílias com casos registrados a miséria é um fator comum.
Tentamos contato com a Secretaria de Assistência Social, mas até o fechamento dessa matéria não obtivemos retorno.
Por: Ricardo Andrade