Sublime. Essa é a palavra que melhor traduz a passagem do bloco Arrastão do Samba na segunda feira de carnaval na cidade de Lauro de Freitas.
A energia emanada a cada compasso do tamborim, reverberava acintosamente em todos corpos que estavam em volta do trio. Nas sacadas das casas e prédios, nos bares, no comércio e onde quer que houvesse um coração a bater, era possível perceber a cumplicidade manifestada em cada sorriso, em cada abraço, em casa self, em cada passo sincronizado. Um momento único e mágico como nunca visto antes nas ruas de nossa cidade.
Era como se o bloco flutuasse pelas ruas do centro. Famílias inteiras vestidas com o abadá do bloco. Um misto de gerações que decorria de Dona Célia de sessenta e sete anos, ao pequeno Luiz Miguel de seis meses.
“Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar a beleza de ser um eterno aprendiz… A vida deveria ser bem melhor e será. Mas isso não impede que eu repita. É bonita”
O verso cantado nas vozes de Gabriela Oliveira, Neto Campane e Fabiano Oliveira do Movimento Samba é Dez descrevia com maestria aquele momento quase que divino. Tudo era alegria e felicidade. A ordem de Momo era pra se divertir.
Gente simples e personalidades tradicionais e políticas, todos no mesmo lugar, ao som de um só ritmo. O ritmo original, aquele oriundo das senzalas e que nos remete ao que mais temos de precioso. Nossa ancestralidade.
Viva o Arrastão do Samba, viva o samba. Viva o carnaval.
Por: Ricardo Andrade