Passada uma semana do pleito realizado no último domingo e já acalmada a euforia, natural do triunfo conquistado por Moema, somos chamados pela Folha Popular a fazer uma breve análise, não só do resultado, mas, principalmente das perspectivas do novo governo, a se instalar em 01 de janeiro de 2017. Não abordarei nesse momento os resultados para a Câmara, mas, impossível não saudar o avanço da representação feminina na casa legislativa. Oxalá que consigamos em um período não muito distante alcançar a paridade na representação parlamentar. A avaliação do cenário na Câmara será feita em outro momento.
De forma similar ao período que antecedeu 2004 e em 2008, Moema foi vítima de todo o tipo de ataques de seus adversários, declarados ou camuflados e, como se pode perceber, boa parte das atitudes adotadas por estes não se posicionava no campo da crítica política qualificada, muito ao contrário. Moema, porém, seguiu impávida, tranquila, não se deixando contaminar pela baixaria adotada por seus oponentes e elegeu, desde o início da campanha seu aliado prioritário: O povo de Lauro de Freitas, que desde a festa do Padroeiro da cidade, no ano de 2014, clamava a já famosa frase “VOLTA MOEMA!”.
Essa aliança prioritária, construída nos quatro anos de afastamento da Prefeitura de Lauro de Freitas, foi se ampliando com a vinda dos partidos que compuseram a aliança e a coligação, vitoriosa, de quatorze partidos, no que se refere às eleições para o executivo. Não satisfeitos com toda a sorte de baixarias, seus adversários, deram uma explícita demonstração de subordinação aos interesses do monarca da capital, que de forma pretensiosa, tentou influenciar as eleições em nosso município, vindo aqui por duas ocasiões, ação enfrentada por Moema com inteligência levando-os a ser fragorosamente derrotados com o seu candidato e todos os partidos que a nós se opuseram no pleito. E não é simples ou menor o triunfo alcançado por Moema e seus aliados neste processo. Lauro de Freitas será a única cidade da RMS governada pelo PT, envolvida num ambiente regional que tem o DEM, principal adversário junto com PSDB e PMDB, governando a capital e a rica Camaçari. Ou seja, a importância de uma gestão com as características já conhecidas de Moema como Gestora podem ser um elemento de referência para o próprio partido, que tem a tarefa de governar próximo de quarenta municípios de pequeno e médio porte no Estado da Bahia, aguardando-se logicamente o resultado do segundo turno em Vitória da Conquista.
É preciso entretanto se realizar um diagnóstico de qual Lauro de Freitas, no cenário administrativo e financeiro o atual gestor irá entregar em 01 de janeiro de 2017. Já se sabe que será um município bem distante do recebido por ele em 01 de janeiro de 2013, quando tive a oportunidade de representar Moema na transmissão de cargo. Os cerca de 320 milhões de reais em convênios celebrados com Governo Federal e Estadual, que se tivessem se encontrado com um gestor competente certamente teriam inviabilizado o nosso retorno à gestão, necessitarão de uma busca vigorosa da nova gestão, a fim de verificar os que ainda possuem condições administrativas e técnicas de ser retomados, pois dialogam com uma cidade melhor em diversos aspectos das políticas públicas, desde a infraestrutura urbana à Cultura, o Esporte e o lazer.
Sem caminhar na direção da perseguição, a nova gestão precisará efetivamente fazer uma auditoria consistente e firme em todos os gastos e contratos formulados pela atual gestão, sem perder de vista a necessidade e importância de se responsabilizar eventuais desmandos ou desvios de conduta eventualmente encontrados. Os atos administrativos praticados pelo Gestor atual, nos meses que antecedem as eleições e os publicizados nos primeiros dias após o pleito apontam para essa necessidade de forma gritante.
Mais que a questão das alianças ou antagonismos políticos eleitorais deverá vigorar o respeito ao interesse público, bem como ao bom trato dos recursos financeiros do tesouro municipal.
Mais do que nunca, a aliança feita por Moema, com o Povo de Lauro de Freitas deverá ser priorizada na nova gestão, principalmente no que diz respeito ao enfrentamento da realidade de minoria na Câmara Municipal, na qual o projeto encabeçado por Moema elegeu apenas cinco dos 17 parlamentares.
A construção de Projetos de interesse popular e que levem ao nosso povo a leitura de importância de sua aprovação será certamente um elemento importante de sensibilização dos parlamentares nessa nova legislatura, mesmo aqueles e aquelas representantes da oposição ao nosso projeto. O período 2017/2020 exigirá de Moema, além da sua habilidade política, por demais conhecida, de uma equipe comprometida com o resgate da trajetória progressista e de desenvolvimento de Lauro de Freitas. O cenário será conturbado, mas, com competência, capacidade de gestão e aliança com os meios populares, será sim possível, fazer mais e melhor pelo município. Avante Moema!!
Apio Vinagre Nascimento é Advogado, Especialista em Direito e Processo do Trabalho, Especialista em Gestão Estratégica de Políticas Públicas e Pós Graduando em Direito Eleitoral. Membro colaborador das Comissões de Direitos Humanos e de Combate à Intolerância Religiosa da OAB/Bahia, é Bacharelando em Administração pela UNEB, Assessor Especial no Governo do Estado da Bahia e Secretário de Formação Política do PT de Lauro de Freitas